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Rescaldo EOX,

 

Dia 14, finalizei talvez o desafio mais duro de todos a que me lembro, pelas as suas elevadas temperaturas. Começou bem cedo, era 6h da manha quando começamos a debitar watts (poucos no meu caso)…
Adivinhava-se muitas horinhas em cima da bicicleta, e muitos muitos Km´s 243. Tentei gerir, ao máximo a prova, mas confesso que talvez ao inicio me tivesse entusiasmado um pouco embora as sensações fossem boas, muito ainda faltava, lembro-me de o Alexandre Rijo me dizer que ainda faltava muito aí fiz clic, e abrandei um pouco e me resguardei mais.
 
Desde cedo, me deparei com problemas (PROBLEMAS) tentei aguentar até Serpa, mas não consegui, e aquando regressava á estrada vejo o Eduardo, seguindo prontamente com ele, faltando pouco para Serpa, depressa concretizamos os primeiros +/-55km em 2h30min sensivelmente, pensei que eram a rolar mas já marcava +/- 1400mD+, até ao primeiro abastecimento, aí soubemos que infelizmente 2 companheiros de Portalegre já haviam desistido por problemas mecânicos .
O ritmo era constante/vivo nada de exageros depressa vimos que seria assim até ao fim, caras conhecidas, conversas para sairmos da monotonia da prova e esquecer o cansaço e a exaustão dos quilómetros a passarem. Conforme ia passando o tempo as temperaturas subiam subiam… e ai até ao segundo abastecimento 123kms foi o meu pior período, o sobe e desce constante as pernas estavam a começar a pesar. Com a agravante que as temperaturas já rondavam os 35/40 graus, os bidons queimavam, a agua nas pernas queimava, custava a hidratar com os bidons, as barras(?) comi um a segunda 2/3 foi fora, comecei a pensar que iria ser difícil acabar esta maluqueira. Decidi carregar bem nos abastecimentos muita fruta (bananas e melancia e tentar comer o que conseguisse e levar fruta no jersey) ah géis, é verdade foram 2… fomos hidratando nas fontes ou povoações que íamos encontrando infelizmente eram poucas (no final soubemos que todos utilizaram a mesma estratégia). 
 
Superado metade da prova, passamos Castro Verde, “madre mia”, oiço o Eduardo 51graus (YOOOOOOOO), sombras nem vê-las era pedalar sempre ao sol, a cabeça parecia que queria estoirar, a visão por vezes nem sempre era a mais nítida… Mas o desafio tinha de ser superado, o espirito de entreajuda, foi sempre constante!
 
Moralmente, ouvíamos nos abastecimentos que as desistência eram o prato do dia, mas nós no ritmo certo íamos alcançando participante muitos deles em muito mau estado, um inclusive estava “a bater uma sesta” palavras dele, á beira da estrada! Superados, depois do abastecimento ao km 174 a grande dificuldade da prova seriam as grandes subidas, nas quais me senti muito bem, sentia força e vontade para as ultrapassar. Parados finalmente, no ultimo abastecimento 205km´s “ a praia é nossa!!!” era o lema… Foram 40km´s nos quais as temperaturas baixaram +/-30graus mas o vento não ajudava muito pelo contrario… Palavras para descrever o sentimento aquando vejo o Mar, não encontro… O sentimento de dever cumprido era notório…
 
E que grande ULTRA desafio! Finalizamos em 10º/11º lugar, respetivamente, mas a classificação era secundária a superação do desafio foi o principal.(+/-13h)Chegado finalmente a casa, 00h30min abro a porta de casa, e oiço os Parabens, lá estavam uns amigos, os meus pais e a pessoa que mais me atura á minha espera! Mas o cansaço era tanto…
 
Agradecimentos
- ao Eduardo Costa Rovisco pela companhia e camaradagem
- á Mariana Matos que lá vai aturando estas maluqueiras e principlamente o pós prova, gabo-lhe por vezes a paciencia (ás vezes...)
- aos amigos que me esperaram em casa, e partilharam o dia 15 comigo
- Ao Manolo que me conseguiu "arranjar" o joelho que me deixou superar a prova sem me dar dores de cabeça
- "...tu és maluco..." diz a minha Mãe
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